A pesquisa sobre radiojornalismo, suas práticas e ten- dências me levaram, nos últimos anos, a discutir uma série de questões: formatos, gêneros, práticas produtivas, técnicas jornalísticas, tendências do meio. Uma perspectiva, no entanto, é marcante. E o é por estar presente, de forma central ou marginal, em todas as pesquisas, artigos, projetos e leituras: o conteúdo radiofônico.
Não se pode analisar o fazer sem considerar o conteúdo. E
não se pode discutir estas questões passando por cima da trajetória do meio, de
sua história, de suas escolhas, do caminho percorrido por ele para chegar onde
chegou. Se as mudanças derivadas das tecnologias digitais são importantes para
compreender o desenho assumido pelo rádio hoje, se observar a configuração da
nova ecologia midiática permite olhar para o rádio, esse olhardeve também
partir do que se fez, considerando como esse passado torna-se a cada dia mais
presente nos processos de metamorfose pelos quais a comunicação sonora – antes
tida como massiva – transita.
Este livro deriva de uma pesquisa realizada em um estágio de
pós-doutoramento desenvolvido junto à Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ) e supervisionada pela Dra Sonia Virgínia Moreira. Nela, buscamos
realizar este movimento duplo: olhar um objeto alocado em dois momentos
históricos distin tos para compreender a configuração do rádio hoje.
Acreditamos, como ponto de partida a ser verificado, que o meio – voluntariamente ou não, isto não está em discussão – tem bebido em estratégias e ferramentas do seu período áureo para compor sua narrativa, redesenhando a partir de si mesmo um perfil diferenciado, Introdução Nova Rádio, Velhas Narrativas: Aproriações Estéticas na Ficção e no Jornalismo Sonoros que o aloca em um espaço de análise que fala aos interesses específicos da audiência, com estrutura narrativa imersiva e íntima, em relação aos acontecimentos jornalísticos na cultura da convergência.
No hay comentarios:
Publicar un comentario